CURRÍCULO, PROJETO E TECNOLOGIA


Uma abordagem global dos fenômenos educativos, uma maneira de pensar a educação que consiste em privilegiar a questão dos conteúdos ee a forma como estes conteúdos se organizam nos cursos .
Um currículo escolar é primeiramente, no vocabulário pedagógico anglo-saxão, um percurso educacional, um conjunto contínuo de situações de aprendizagem (learning experiences) às quais um indivíduo vê-se exposto ao longo de um dado período, no contexto de uma instituição de educação formal.  (...)
O currículo, escreve por seu lado P. W. Misgrave (1972), constitui na verdade 'um dos meios essenciais pelos quais se acham estabelecidos os traços dominantes do sistema cultural de uma sociedade', no mínimo pelo papel que ele desempenha na gestão do estoque de conhecimentos de que dispõe a sociedade, sua conservação, sua transmissão, sua distribuição, sua legitimação, sua avaliação" (Forquin, 1993:22)O campo do currículo é um espaço privilegiado de intervenções multiculturais. Nesse campo, práticas multiculturais são acionadas movimentando técnicas pelas quais as práticas cotidianas, os saberes, os hábitos, as crenças e os comportamentos, peculiares aos indivíduos, grupos e comunidades, são territorializadas. O currículo é um espaço muito especial, no qual as diferenças são administradas, adaptadas e acomodadas por tecnologias que buscam integrar os indivíduos e grupos em uma sociedade plural.
A territorialização das práticas cotidianas, dos saberes, dos hábitos, das crenças e dos comportamentos peculiares aos indivíduos, grupos e comunidades constituem-se em elementos imprescindíveis para a movimentação de técnicas de governar através das identidades. A teoria do currículo está implicada em formas de saber que, ao definirem e determinarem capacidades e aptidões a indivíduos particulares, os produzem enquanto sujeitos específicos: sujeitos com identidades.
Desta forma, elementos que caracterizam as culturas locais são capturados por técnicas de reconhecimento. Essas técnicas possibilitam identificar os grupos e as comunidades pelo controle de seus referenciais. Esses elementos são campos que precisam ser “dominados” para que entoações possam ser viabilizadas, acolhendo a diferença, representado-a, permitindo todas as conexões possíveis, porém, acima de tudo, harmonizando-as em circuitos de identificação.

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